segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O que a dança do ventre turca tem de tão diferente assim?

Com a novela Salve Jorge, esse assunto veio à tona. Como a dança do ventre é executada em diversos países, é claro que existem diferenças nela. Não é porque os países árabes são árabes, que a dança é igualzinha, e existem diferenças técnicas, vamos lá?

Quando comecei a fazer dança do ventre, minha professora que havia dançado e vivido na Grécia, na Índia, na Espanha, já falava dessas diferenças, e eu ao pesquisar, tinha odiado a dança libanesa e turca. E  particularmente até hoje não gosto, tirando a Amani, as outras bailarinas não são do meu gosto. Respeito, porém não uso como estudo porque não tem nada haver com o meu estilo.

Na época o que chocou nas turcas foram as pouquíssimas roupas, o uso desengonçado dos braços, a sensualidade ao extremo, uso dos sapatos e suas belezas físicas - sim! Elas são muito lindas e isso choca também. Mas a execução da dança era de péssima qualidade técnica, apenas muitos shimies e nada mais.

Agora com a onda da novela, torço para que seja positiva a todas nós, mas sabemos qual é a linguagem da Globo, e haverá uma banalização, e a leitura de uma cultura sempre será superficial. A prova disso é que a Cléo Pires, a atriz que dançará, foi ensinada por uma pessoa que não é especializada em danças orientais, e novos termos surgiram como o: Serpentine Dance para o véu Wings.

Para ler a matéria sobre a Cléo Pires e ver o vídeo acesse aqui:
Cleo Pires aprende a dança dos 7 véus

Oi?! Serpentine? Bom em fim, há explicação pra tudo, mas a Globo é assim mesmo... sem contar a dança do sete véus - só lembrando um pouco de história que não tem nada haver com a Turquia e sim com a mitologia bíblica:

(...) "Uma das antigas lendas da deusa Ishtar, deusa babilônica do amor e fertilidade, conta sua ida ao Submundo, o que gerou as estações. Quando Ishtar desceu por seis meses do ano, a terra morreu e nada nascia; quando seu marido desceu por outros seis meses, a terra renasceu e tudo celebrou o seu retorno. Quando Ishtar é forçada a visitar o submundo, ela passa por sete vezes sete portões. A cada sétimo portão ela deve despir-se de um de seus "atributos" (riqueza, poder, beleza) de modo que chegue nua e indefesa, como realmente todas as pessoas que morrem passam pela morte. A "Dança dos 7 véus" simboliza os 7 portões pelos quais Ishtar (Inanna, Deméter/Perséfone) teve que passar em sua jornada ao submundo".

(tirada de angelfire)

Então o que tem de tão diferente na dança turca?

  1. Eles chamam de Gobek Dans - dizem que originou na Grécia;
  2. As roupas são poucas mesmo, o lance é mostrar o corpo principalmente as pernas;
  3. Há danças folclóricas que são totalmente diferentes das egípcias e outros povos mais populares entre nós praticantes de dança do ventre, algumas são: Romani, Zeybek;
  4. Usam muito o ritmo ciftetelli e karsilama originalmentes turcos;
  5. Um estudioso em dança folclórica turca é Metin And;
  6. No Brasil encontrei a Sahira Burkan como uma estudiosa no assunto;
  7. A dança é influenciada pelos ciganos e pelas danças folclóricas;
  8. Não possuem expressão facial para as mudanças da música;

As principais bailarinas do Mundo Turco são:

Asena

Asena nasceu na Alemanha e voltou para a Turquia quando tinha 15 anos. Ela era uma modelo e estudou na Universidade de Marmara. Jogou voleibol o que lhe deu muita força física. Então ela descobriu a dança e a dançarina do ventre chamada Asena nasceu. Hoje ela é uma das dançarinas do ventre mais famosas da Turquia. Ela tem um estilo especial e muito bonito. Ela também está normalmente em programas de televisão onde faz algumas pequenas apresentações. Ela fez um álbum com outro cantor famoso da Turquia chamado Ibrahim Tatlises. Ela é um das estrelas da dança do ventre da Turquia. 




Nesrin Topkapi

Nos anos oitenta, uma das artistas da dança do ventre mais amadas do país era Nesrin Topkapi. Nesrin foi a primeiro dançarina a executar um espetáculo na televisão Turca quando a dançando era proibido. Ela começou a ensinar dança e era muito popular com estudantes alemães que visitavam a Turquia. Nos anos 90, Nesrin estabeleceu uma escola de dança oriental na Alemanha.



Burcin Orhon

Na sua mocidade, Burcin estudou balé e tentou participou do grupo de balé nacional da Turquia. Ela não se integrou ao grupo e buscou outros pretexto para dançar profissionalmente. Então ela tentou a dança oriental, onde ela alcançou seu sucesso. 


Sibel Baris

Do talento popular da dança do ventre, existe a solista Sibel Baris. Sibel Baris tem movimentos distintose seu estilo é extremamente sedutor. Sibel Baris é uma das estrelas da dança de ventre contemporânea na Turquia. Ela é a filha de um compositor Turco famoso.



Princesa Banu

A Princesa Banu foi também uma dançarina da dança do ventre famosa nos anos oitenta. A Princesa Banu dança em vários lugares do mundo e é reconhecida como a melhor intérprete da escola egípcia de dança. Ela é uma dançarina de primeira, considerada pelos turcos.

E das contemporâneas eu achei a Didem:




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A conquista da Pré-Seleção

Nossa que delícia ver esse resultado, foi a mesma sensação de quando passei no vestibular. Nem preciso falar que fiquei muuuuito feliz por ter passado, e que agora já consigo descansar em paz, porque a ansiedade foi embora.

Fiquei super contente em ver minhas colegas de dança também no resultado, pessoas que estudam muito e que mereceram o resultado. É bom demais receber o reconhecimento do seu trabalho, do seu esforço e estudo, e olha que eu estudei muito.

Agora tenho um título, um selo que qualifica o meu trabalho, e o que isso muda?
Muda tudo, porque nesse processo você não sai a mesma pessoa e a mesma bailarina: nunca! Impossível não mudar quando participa da pré-seleção. A minha dança mudou sim, a minha pessoa também, a minha visão sobre o mercado e só tenho que agradecer a todo o aprendizado.

É uma forma de divulgar o meu trabalho e será meu marketing. Claro que seu eu parar os estudo e estacionar no tempo, ou pior, deixar "a fama subir à cabeça", toda minha carreira vai pro lixo, e não será um selo que vai garantir mercado e espaço para mim.

E digo que mudei porque o processo de estudo não tem igual, a você que claro estuda pra valer, o network que fazemos com bailarinas lindíssimas do Brasil inteiro, a troca de experiências, o conhecimento técnico, o aprendizado musical, o treino de improvisação... hoje improviso qualquer coisa sem medo, o avanço técnico e expressivo dessa caminhada já é uma recompensa e tanto, e desejo alcançar mais ainda.

Sem as grandes professoras que me orientaram, isso não seria possível. Diferente da maioria, me preparei desde abril de 2011 com aulas particulares com Elis Pinheiro, e depois da primeira fase é que me dediquei mais fazendo aulas com a Aziza nesse ano, e apenas uma com a Jade porém essa uma foi espetacular.

Dessa vez conquistei, meus esforços não foram em vão e obtive um reconhecimento. Agora é que a caminhada se inicia pra valer: depois da comemoração vem mais trabalho e estudo Yallah!!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Improvisação com técnica e sentimento - Parte 2

Quem nunca sentiu uma raiva indescritível após uma improvisação? E ainda numa música que não conhece? Ninguém gosta disso, mas será esse o caminho da boa dança?

Improvisação boa só se dá após um estudo e trabalhos árduos, quando o corpo consegue e "possui" os passos em seu repertório, quando a intuição está apurada e aguçada para identificar as próximas fases da música e claro, quando a bailarina possui uma sensibilidade aguçada para interpretar as nuances diferentes de uma música árabe.

E tudo isso não vem na sorte, à toa ou quando nos entregamos como "loucas": é só deixar tocar que danço!

Não e não! Improvisar, não só para mim como para as minhas professoras é: fazer de forma consciente os passos juntamente com a entrega e para isso é necessário estudar bem a música - esse negócio de improvisar uma música que não conhece nem sempre é o caminho correto para realizar uma boa improvisação.

Com muitos treinos e estudo, conseguimos identificar a estrutura básica de uma música árabe, e assim... como eu já escrevi, nesse momento a nossa intuição e sensibilização já estão aguçadas... é claro que para termos elas também há vários exercícios e lições a serem feitas.

A improvisação não está presente apenas nas danças orientais, antes mesmo dos movimentos se tornarem uma dança padronizada, os homens se comunicavam por gestos, sons, e não pensavam exatamente no que iam fazer, ou melhor, seus movimentos eram criados a partir das emoções e das sensações.

Somos um corpo vivo, com células e sistemas, não esqueçamos do sistema nervoso o qual envia energias para os músculos, ditados pelo cérebro... uma máquina perfeita impossível explicá-la apenas pela razão.

Gosto muito do texto de Mara F. Guerreiro, da UFBA, "Formas de Improvisação na Dança". De forma resumida e fácil ela explica bem melhor tudo isso que em dois posts, tentei falar.


‘A improvisação’ não pode ser tratada como um modo único, monolítico, de organização. Lisa Nelson e Steve Paxton (apud KATZ, 2000) defendem a necessidade de empregar nomes adequados para cada tipo de improvisação. Segundo Nelson e Paxton, improvisação “é uma palavra escorregadia”, muito genérica, exigindo um trabalho de classificação e detalhamento. (...)



São propostos dois modos de uso gerais: 1 improvisação sem acordos prévios; 2 improvisação com acordos prévios, que se subdivide em duas classes: 2.1 improvisação em processos de criação; 2.2
improvisação com roteiros.


O primeiro tipo é o mais usado por nós, o Improvisação sem acordos prévios, que nada mais é que não combinar nada, nem ensaiar e ter total autonomia e responsabilidade do resultado da apresentação, que é feita e criada na hora, apenas escolhe a música ou marca algumas ações. E vejam que observações importantes:


Carter (2000) alerta para o risco da repetição de padrões habituais tanto dos artistas como do público, em relação aos
velhos padrões sobre fazer e assistir dança. Ele afirma que é necessário olhar para essa forma de
improvisação sem as expectativas de eficiência ou de espetáculo.


E como é recorrente o incômodo desse tipo de improvisação, alguns bailarinos, Dunn, Paxton, Nelson, Hagendoorn, Zambran, criaram os treinamentos:


As formulações de treinamentos têm como propósito ampliar: repertório de 
movimento, atenção, percepção e entendimento sobre composição; exige repetição, método, 
pré-estabelece movimentos, focos de atenção e objetivos sobre composição. Este ‘preparo’ 
replica as tendências praticadas, e dessa forma, torna-se possível identificar interesses 
compartilhados.




O segundo tipo que é a Improvisação com acordos prévios não é muito usado na nossa área porém, podemos conhecer e começar a usar, pois tem ações bem interessantes:





2.1 Improvisação em processos de criação

Trata-se de processos de criação que contam com improvisação como fomentadora de 
suas investigações. Esses processos ocorrem no período anterior à apresentação da dança, são

experimentos realizados entre artistas, durante ensaios, que posteriormente se formalizarão em
composições.

O bacana desse tipo é você como artista em sua pesquisa e suas experimentações. São nossos momentos de improvisações e treinos na sala de aula, sozinha, como forma de ensaio e estudo. O que nós fazemos muito: treinar, criar e improvisar num ritmo árabe como forma de explorar novas combinações de passos, ou criações de movimentos mais avançados de quadril, braços e pernas.

2.2. Improvisação com roteiros

O termo roteiro aqui é adotado como regras prévias, relativas a condições e possibilidades de ocorrência da improvisação. Os roteiros servem como parâmetros, definindo: desenvolvimento da improvisação; e/ou tipos de movimentos; e/ou relações entre dança e outras linguagens; e/ou relações entre artistas; e/ou relação com público; etc. São restrições pré determinadas a serem agenciadas durante apresentação, mantendo autonomia do artista sobre a composição.

Bom... essas são algumas teorias sobre o tema, e dançar não é apenas se movimentar, como qualquer linguagem artística é dedicação, estudo, experimentação e trabalho corporal e teórico também. espero que seja útil à alguém.





quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Novos horários, novas turmas de Yoga!

Venha se encontrar e cuidar do corpo com as nossas aulas de Yoga!

Novos horários no estúdio:

Terça e quarta
às 17h30 - 18h30

Você pode fazer uma vez por semana ou duas vezes.

Venha conhecer e agende uma aula experimental gratuita.

mais informações: www.zahiranader.com

(11) 4445-4274 à partir das 17h

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

As mulheres da Dança do Ventre

Não sei porque tem gente que nos acham futeis? Pois é, basta falar que você é uma profissional da dança do ventre para as bailarinas de outras áreas torcerem o nariz.
Não sei porque... juro que não sei... será que somos vistas como "Dança só isso?", É tão fácil", "Mais uma que vende o corpo feminino"...



Não entendo, porque nós da dança do ventre fazemos movimentos que não são todas que conseguem, nem com muito treino.
Nós somos fortes e decididas, gostamos sim de estarmos bonitas, lindas, com o corpo em dia, maquiadas e fazemos gosto de sermos femininas - E isso não significa que somos futeis, vazias ou submissas.

Pelo contrário, as bailarinas de dança do ventre são decididas, delicadas sem deixar de serem fortes, possuem uma grande auto-estima, são seguras, possuem um corpo que geralmente ajuda nos partos e nas gestações e se aceita como é. Consegue seduzir pela energia dos movimentos, pela beleza mas muito mais pela sua personalidade.



Já foi a época do feminismo, hoje vale ser uma mulher independente, segura e feminina. E isso a dança do ventre proporciona para você, essas mudanças mágicas, que parecem naturalmente, ao frequentar as aulas e só aparecem por ser uma dança que permite um encontro de você com você mesma:

Um encontro com o seu corpo, com a sua alma, um momento que no corre corre você não tem. 
Deixa disso de se igualar ao homem, a mulher é diferente dele e ainda bem!! Assim é possível existir o equilíbrio porque um completa o outro.

Mulher, se ame, se aceita, seja feminina... assim são as mulheres da Dança do Ventre!


Novo horário da turma de terça e recados do estúdio

A turma de intermediário de Dança do ventre de terça mudou de horário, agora é:

20h - 22h

Recados

O estúdio estará fechado desde amanhã, 11/10 e só abrirá a tarde no dia 16/10, devido ao feriado e ao dia do Professor.

Não haverá aula no sábado!

bjo e bom feriado a todas!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mais um curso concluído - Módulo 2 de Direção Artistica

Como é bom terminar mais um curso e ver as mudanças que ele causa em sua personalidade e em seu trabalho. Adorei os módulos do Curso de Direção Artística para Bailarinas do Jorge Sabongi, porque aprendi muito sobre muitas coisas, e com certeza me ajudou para a banca.

O bom também foi o network, nem preciso comentar sobre isso né? Conviver mesmo por poucas horas com bailarinas tão legais e pessoas especiais não tem preço e também nem preciso dizer como acrescentou em minha danças as minhas apreciações de suas danças. E é claro que a Aziza e a Jade também estão transformando a minha dança, e estou amando tudo isso.

Como o método da Ana Mae, o é triangular: Ver - Fazer - Contextualizar - digo que esses cursos te ajudam a se colocar em cena, a improvisar, estudar e ter certa musicalização, sensibilizar e ter melhores expressões faciais, e ficar bem mais desinibida.

Vejo uma melhora crescente após o curso, e foi lindo escutar o mesmo do Jorge que nem me corrigiu na dança final: "De dançou assim, com certeza passou na banca, desculpa não me lembro porque são muitas meninas" - aiaiaiai, mas isso é outra coisa, porque saimos da banca sem saber meeeeesmo se passamos ou não, é estranho.

Então fica a fotinho dessa turminha gostosa! Adorei conhecê-las e até as próximas!
Tô pronta para terminar o curso da Pricilla e yallah para o curso da tia Elis!! Eba!!