domingo, 24 de março de 2013

Qual a essência da dança oriental?


A minha última aula com a Munira veio a calhar com o que havia escrito no último post, como não são acasos e sim sintonias quando escolhemos nossas professoras e amigas da dança no modo geral. Ela simplesmente parou a aula, que é de baladi e nos falou: meninas, qual é a verdadeira essência da Dança do Ventre? - e já respondeu: É seduzir, e levar o público aos sonhos.

É claro que não é a sedução vulgar, aquela que é para deixar qualquer homem louco por você e sem desgrudar os olhos nos insinuamos com os movimentos, mas sim aquela de levar as pessoas ao delírio com a nossa dança, com os movimentos suaves, sem esquecer a natureza oriental da dança do ventre.

Isso me fez retornar quando eu fiz a minha primeira aula, usava uma saia indiana, um lencinho, estava com os olhos maquiadas e me sentia a mulher mais sensual e linda do mundo, apenas fazendo os 8s e shimies, sem nenhum atifício... e também me fez lembrar de uma aluna minha que arrasou em seu solo, no ano passado por ela transmitir todo o mistério que envolve a nossa dança e por apresentar com passos limpos... será que a técnica sem a essência tem o mesmo efeito?

Então, a Munira (preciso citar ela, porque seria um plágio) nos deu grandes lições que só quem tem a experiência pode dar:


  1. Acreditar no que faz, não entrar pedindo desculpa por dançar;
  2. Olhar para as pessoas, saber que você dança para elas, mesmo no palco devemos olhar sempre;
  3. Ser sensual, "molinha" e dançar gostoso, curtindo, para a sua dança ser "delícia";
  4. Pensar sempre no percurso dos braços e cabeça para sua dança não engessar;
  5. Ter técnica mas nunca esquecer da essência da sedução;
  6. Não perder nunca o imaginário árabe: mistério, sedução, beleza;
  7. Sua dança reflete o que você é, não imite os outros e dance o que você gosta e o que faz parte de você. Essa achei o máximo, porque dessa forma seu taksim, o seu baladi e qualquer performance será verdadeira;
  8. A dança do ventre tem que ter quadril;


Eu já estava no meu processo de mudança, com essas informações e as aulas eu já mudei demais o meu panorama, e assim gente... não é deixar de fazer arabesques que sua dança será mais oriental... isso é besteira, porque já sabemos que esse passo é oriental e o balé pegou "emprestado". A sua dança vai se tornar mais oriental no momento que você mudar o seu conceito e dançar com novos olhares, quando mudar a sua postura e entender o que é dança do ventre!

Temos que estudar, aprimorar nossas técnicas, podemos sim usar arabesques, saltos, meias pontas, giros e etc mas nunca se esquecer do quadril, dos braços leves, mãos, dos passos básicos e da sedução inerente da dança oriental.

domingo, 17 de março de 2013

Cansada mas a vida continua

Cansada desse mercadinho de dança do ventre fechado, cansada das pessoas más, cansada da inveja, cansada da falta de ética, cansada de pessoas de má índole, cansada de blogs, da internet e do facebook, cansada dessa vida de mentiras, de aparências da futilidade, cansada da falta de profissionalismo, em fim cansada... na busca do que é real, e do que me faz bem.

São tantos eventos, tanta coisa acontecendo que naturalmente estou escolhendo a dedo os works que participo, os shows que frequento, as profs de dança e minhas amigas, vou falar a verdade... tem muita tranqueira acontecendo ao mesmo tempo! Inclusive nada me segura à vida de agora: literalmente - estou pronta para me mudar se for preciso, pronta para inciar uma vida em outros lugares e até escolher novos caminhos. Porque o mercado, o dinheiro, a fama são tudo formas de ilusão.

Sabe... tô em outra vibe, por isso que nem tenho vontade mais de escrever, quem sou eu para ensinar, para julgar ou falar de algo? A internet tem suas opções boas, mas sempre tem alguém do mal que prefere denunciar falsamente, ou agredir ou cometer crimes, a rede possui essa merda de democracia e permite qualquer pessoa escrever. Não aconteceu nada comigo, mas depois que li a carta da Lulu, fiquei com vontade de desabafar mais uma vez.

A vida é muito mais que isso gente. Fiquei chocada com a carta de Lulu, é muito triste saber que há pessoas desse nível. Pois bem, a vida em um momento ensinará, a vida sempre ensina do jeito mais fácil ou do mais difícil. eu acredito que todos nós pagamos pelo o que fazemos aqui, se fizermos o mal receberemos o mal, e se fizemos o bem, receberemos o bem. É simples, temos que saber viver.

Apenas cansada, buscando novos horizontes!

sexta-feira, 15 de março de 2013

A evolução da dança


No primeiro momento você se encanta a cada passo novo que aprende, fica encantada com sua primeira roupa, fica treinando novas makes e estuda muito para um dia dançar seu primeiro solo. Quando isso acontece a preocupação é colocar todos os passos, escolher uma música linda e animada e dança para os outros.
Na medida que a caminhada segue, se preocupa em colocar os passos mais difícieis,  as sequências mais avançadas, sua dança fica mais ousada porque a preocupação nesse momento é se destacar e mostrar o que sabe dançar. Ninguém pode fazer o que só você faz.
Com o tempo percebe-se que sua dança precisa desacelerar, assim como a própria bailarina... agora o lento é gostoso, os passos básicos são lindos e sua dança fica mais limpa, simples e mostra toda a sensibilidade, maturidade, estudo e leitura e o mais importante é ter prazer ao dançar, e encantar o público.
O equilíbrio é a palavra chave, a dança é para si mesma, é para o público, possui nuances bem nítidas, leitura fina e limpa com passos básicos e avançados em harmonia com a música.
A bailarina se encontra com o momento mágico dela com a arte, com a dança, com a magia de se expressar através do seu corpo. O brilho não é mais tão necessário, os passos complicados muito menos...

Isso é dançar! Isso é evoluir!

sábado, 9 de março de 2013