quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Nosso mercado

Vou simplesmente fazer um desabafo aqui no meu blog, ao longo desses anos de estudo e dedicação na dança do ventre já vi muita coisa e vim de um tempo em que a dança era misteriosa, fechada e para poucos. Haviam poucas bailarinas e professoras e nós não sabíamos direito o que era essa arte.

Depois veio a popularização, os selos, os padrões, os concursos e o número de participantes, de bailarinas, apreciadoras e professoras cresceu de forma desenfreada. Não sou contra isso, mas sou contra a liberdade que temos tanto na dança (como dançar), e nas aulas (no ensinar).

Posso estar sendo repetitiva, muita gente já fez essas críticas, mas ao meu ver, nosso mercado está trash. De um lado temos um trabalho super sério desenvolvido por grandes profissionais, e no outro, pessoas nada qualificadas. Sem contar os baixos cachés, condições precárias para a bailarina dançar, não cumprimento do pagamento e por ai vai.

Para mim o que me mata é a liberdade: uma fala que pode dobrar os joelhos, a outra não; os braços devem ficar esticados pra outra não - sério gente, isso me mata quando estou em aula, como aluna, por isso prefiro seguir uma linha em que me identifico e abolir as informações que não me fazem sentido.

Por ser uma dança popular, é normal que tenham essas mudanças de execução, mas não é normal releituras e coreografias de mal gosto usando de simbologia mal estudada, músicas mal cortadas, véus num som de "bossa nova" (só um exemplo) e etc.

Sem contar as escolas entrando nos pacotes Groupons, ou workshops gratuitos se trouxer um número X de participantes. Pelo amor!! Eu já não faço e nem piso em lugares assim!! Desconfio da credibilidade na hora.

Não é porque a dança do ventre é arte que devemos nos expressar livremente do jeito que queremos e fazer o que nos dá na telha. Não!! No mínimo deve ter um estudo aprimorado de outras danças e artes, bom senso musical e de estética, e claro respeito ao público porque você pode chocá-lo com sua performance ultra moderna.

Me dá a sensação que aqui, assim como na política, tá uma palhaçada, uma vacalhação e qualquer um é "profissional", menos as pessoas conscientes.

Fim do desabafo!

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