segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que é arte e o que não é?

Dia 25 dez 2008-12-25

Estou eu aqui na praia e com a cabeça em outros lugares, mas são nesses lugares e momentos de descanso que me dão inspiração... e claro, trouxe comigo alguns dvds de dança pra assistir. O tempo está ajudando porque aqui está a maior chuva.

Vamos lá: Quando a arte deixa de ser pura arte pra ser comercial?
_A dança pode ser comercial?
_O que é arte?

A terceira pergunta é a mais difícil de responder, o que seria Arte? O artesanato não tem o mesmo valor que um outro objeto único e com seu próprio estilo. Van Gogh tem seu valor, mas o cara da esquina, aquele que pinta no azulejo, não.

È simples, falarei de apenas um argumento: quando passamos a fabricar em série, isso torna o objeto comum, porque ele é feito com o propósito de vender. É criado para agradar, para vender, para decorar... e nem sempre a Arte foi criada (é criada) com esse propósito. O artista se preocupa em passar (ou não) sua mensagem, seu recado e preocupa-se em ter um estilo próprio que pode agradar ou não às pessoas. Muitas vezes conseguem fazer as duas coisas: decorar e falar.

Isso acontece com a dança também, Carlinhos de Jesus é o máximo porém ele próprio se intitula de: Sou um bailarino de show, de palco – diferente do Jaime Arôxa. E nós bailarinas de dança do ventre, paramos pra pensar nisso?

Assisti agora mesmo as Bellydance Superstars in Monte Carlo e As Super Noites do Hárem vol.4, por causa de algumas discussões que rolavam pela net e enfim, não tem como agradar gregos e troianos, mas consigo ver certas diferenças.

Eu dava aula num lugar onde a preocupação com a Estética da dança era excessiva, ela tinha que ser totalmente comercial. E o pior é que se exigia expressão, sentimento mas... EU (pelo menos eu) travava e percebia que minha expressão ficava falsa. De vez em quando me sentia como uma marionete, uma boneca sem vontade. Eram fatores que iam contra os meus prícipios artísticos e para mim dança do ventre não era (não é) daquela forma, e ela é bem diferente das outras formas de danças.

Não consigo dançar sem sentir. Se estou triste, faço cara de feliz mas a minha dança dirá que estou triste. Por que não dançar simplesmente pelo prazer de dançar? Quando a técnica e a preocupação em fazer o SHOW, se tornaram mais importante do que meu corpo e minha alma querem fazer no momento em que eu danço?

Pelos videos, como é lindo ver a Jade, a Munira, a Lulu dançarem à vontade delas. Com técnica, beleza, alegria, prazer... dá pra sentir o prazer com que elas dançam! Isso faz toda a diferença e o público sente viu? E das BDS gosto mesmo da Jillina e da Saida, delas consigo tirar movimentos legais, criativos e se estão inexpressivos, basta eu colocar sentimentos neles e mandar ver. Mas elas são o próprio show, com lindos cenários, e uma super produção. Não tiro o mérito delas, porque foram as únicas a lotar teatros para apresentar um show de dança do ventre.

É isso por enquanto... esse tema oferece muuuuuitas discussões e estamos aqui pra isso, escrevam! Fiquem à vontade!

2 comentários:

GiGi disse...

Oi, Zahira!
Vc tbm conhece a Ju? Ela é bem conhecida, né, rsrs. E parece uma graça de pessoa.

Escrevi bastante já sobre o que vem a ser Arte. Hj não sei mais direito sobre tal conceito. Meu namorado, que é artista marcial, diz que a arte já está morta. Motivo: a arte marcial foi criada para guerra, exclusivamente. Hj não existem mais guerras como naquela época. Por isso, a Arte Marcial perdeu seu valor e seu propósito, sendo atualmente feita como esporte ou forma de exibição. Além disto, mtas técnicas e movimentos foram perdidos com o tempo, tendendo esta Arte a cair no esquecimento completamente em um futuro próximo.

Mas e a Dança? Em que momentos ela pode ser considerada uma Arte? As Superstars podem ser consideradas artistas? As amadoras, as que dançam lá duas vezes por semana em aulas de 45 min cada, podem ser consideradas artistas? O que vem a ser Arte, de verdade?

A Enfermagem é a Arte do Cuidar (será mesmo?)... E por aí vai.

Alguns conceitos ainda devem ser amadurecidos. Não de forma racional, mas pelo coração. E isto vai depender de cada um, individual, principalmente.

Beijos!!

Luciana Arruda disse...

relfetir e refletir.. eu ainda não consigo escrever sobre sem parecer superficial, porque é um tema amplo, envolve contexto histórico e mil definições...mas, acho que esse é o caminho, escrever sobre, opinar, pesquisar. adorei o seu post. enfim! beijo grande!