sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Interação entre a Dança e a Tecnologia

Cada vez mais a arte intereage com o meios tecnológicos, utiliza-se das inovações e pesquisas dos meios para criar sua poética. E a dança não fica por fora dentro desse cenário. Me pergunto se na dança do ventre não poderíamos também ousar nas criações coreográficas através da tecnologia... penso que sairia um produto interessante e mais expressivo. É algo pra se pensar!

Vou copiar a  matéria do jornal do Paraná ok?

Por Luciana Cristo
Elenize Dezgenisk/ Divulgação

 Os movimentos dos bailarinos se interagem com sons, luzes e imagens processadas por computadores.

Em diferentes formas de manifestação artística, as mais novas tecnologias têm ganhado o seu espaço, a partir da percepção dos artistas de como é possível agregar esses elementos para produzir um espetáculo inusitado.

Novidade? Nem tanto. Em meados da década de 1965, a coreografia de dança Variations V, de John Cage e Merce Cunningham foi pioneira em relacionar os bailarinos e a tecnologia disponível naquele momento.
Tendo esse ponto de partida como inspiração, a PIP Pesquisa em Dança, companhia paranaense dirigida pela bailarina e coreógrafa Carmen Jorge, inicia na próxima terça-feira (23) a temporada de seu mais novo espetáculo, We cage, em Curitiba.

Durante a apresentação, o público pode esperar muita interação entre dança e recursos tecnológicos. O resultado é um espetáculo inédito, produzido com ferramentas atuais como os softwares MAX MSP, Isadora e Live.

Eles permitem a interação dos movimentos dos bailarinos com sons, luzes e imagens processados ao vivo na cena, graças ao uso de computadores e de sensores.

Para se chegar a esse produto final, a companhia trabalha exaustivamente na pesquisa e em levantar material bibliográfico e videográfico para embasar a concepção do espetáculo.

“O espetáculo surgiu da ideia de estudar a Variation V, primeira obra histórica que se tem registro ao reunir dança e tecnologia, como o bailarino controla elementos como som e luz através do movimento”, explica Carmen.

Concepção antiga, mas com aprimoramento na tecnologia. Nos anos 1960, tudo era feito eletronicamente, não havia a tecnologia digital. “Hoje existem muitos softwares que trabalham em conjunto com essa ideia. Embora com mais opções, a complexidade do trabalho continua a mesma”, avalia.

O We cage é viabilizado com recursos da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), por meio do edital Produção e Difusão em Dança. “Somos a única companhia de dança do Paraná que faz esse tipo de pesquisa, de dança e tecnologia com sensores. A gente está desbravando a videodança aqui também”, comenta Carmen.

A PIP já participou de importantes eventos de dança, como o Fórum Internacional de Dança em Belo Horizonte (MG), a Mostra Contemporânea do Festival de Dança de Joinville (SC) e festivais em Nova York (EUA) e Florença (Itália).

Um espetáculo anterior da companhia, Barraco, de 2006, já tentava trabalhar com essa mistura, ao levar uma TV e uma câmera para o palco e pensar em como a imagem poderia contribuir para a geração de sentido para as cenas.

“Depois de pesquisa e cursos, surgiu oportunidade para esse edital da FCC, de colocar a questão dos sensores na cena, que eu ainda não tinha feito”, relata a coreógrafa. Saiba mais sobre o projeto acessando o blog www.pipwecage.blogspot.com

Oficina

A companhia prepara uma oficina gratuita, a Poéticas tecnológicas, para os interessados em saber mais sobre essa interação. Entre os conteúdos previstos estarão uma introdução à história da vídeodança e exercícios práticos de criação de movimento e coreografia para a câmera. Ainda não foram definidos local e datas de realização. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail pip@pip.art.br.

Serviço

Espetáculo We cage. De 23 de fevereiro a 14 de março. De terça a domingo, às 20h. Sessões extras nos dias 13 e 14 de março, às 16h. Teatro Cleon Jacques (Rua Mateus Leme, 4700, Parque São Lourenço). Ingresso: uma lata de leite em pó.

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