terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um pouco mais sobre a Dança do Ventre

Nas civilizações antigas, como a suméria, acádia, babilônica, e egípcia, todos eram considerados filhos da Grande Deusa, e dessa forma haviam rituais praticados pelas mulheres para receberem a força da Grande Mãe. Os registros que existem comprovam que que esses ritos eram de fertilização em honra da proteção das divindades divinas na natureza e no dia-a-dia dessas civilizações. Suas danças expressavam a origem da vida, por meio de movimentos e ondulações dos mistérios que envolvem a vida e a morte. Dessa forma, essas mulheres eram preparadas fisicamente, psicologicamente e espiritualmente para exercerem todas as suas funções como mulheres. É nesse contexto que nasceu a Dança do Ventre, impulsionada por essa força da mulher com as forças da natureza, ou seja, com a divindade.

A Dança do Ventre é uma expressão essencialmente feminina, e trabalha de forma terapeutica a mulher contemporânea. É a sua essência. Dessa forma, a mulher que pratica essa dança, possui mais estrutura física e psíquica para enfrentar os desafios do dia-a-dia de uma sociedade fundamentada nos valores masculinos. Superar tais desafios significa ter um relacionamento saudável com o corpo, e uma avaliação profunda de beleza e expressão, permitindo tomadas de atitudes não esteriotipadas ao nível social, sexual ou espiritual. Essa dança estimula o encontro da mulher com sua essência, revela os aspectos do ser feminino negligenciados à tempos: esponteinidade, cumplicidade, sensibilidade, sensualidade sadia, mistério e auto-estima são por exemplo, são temas constantemente partilhados na prática dessa técnica corporal fundamentalmente artística.

De forma geral, a Dança do Ventre pode ser definida com alguns princípios básicos de movimentos:

  • Ondulatórios e pulsantes do ventre;
  • Articulados, soltos e independentes dos quadris, peito, ombros e cabeça, com característica circular/contínua, ou linear/interrompida;
  • Ondulações da coluna vertebral
  • Movimentações dos braços, relacionados com elementos da natureza e animais;
  • Ênfase na delicadeza das mãos e dedos
  • Joelhos levemente flexionados, na verdade relaxados, estabelecendo uma postura permissiva à gravidade;
  • Expressividade no olhar, no corpo e no rosto de forma geral;
  • Uso de instrumentos: véus, snujs, espada, bastão, pandeiro, candelabro e etc;
  • Ritmos bem marcados e ricos;


Fontes:

FERRARI, R. Dança do Ventre. A Arte Sagrada de Iaset. Rio de Janeiro: Ganesha, 1993
RIBEIRO, Ana Rita e MAGALHÃES, R. Guia de Abordagens Corporais. São Paulo: Summus Editorial



*Ouvindo Tu es Came, Carla Bruni

Nenhum comentário: